segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rumo ao Altiplano

Dia 07 de setembro de 2006, aos 27 anos, com um mochilão nas costas, parti da rodoviária de Belo Horizonte, com um destino em mente: chegar a Machu Picchu, maravilha do mundo. Poca plata, muchas ganas, meu lema era desfrutar ao máximo o inusitado. Trinta dias de férias, tempo suficiente para viajar para fora dos contornos da Nação. Eu ainda não havia assistido ao "Into the Wild" ou "Na natureza selvagem", ainda bem, porque não me faltava coragem para seguir sozinho a caminhada, era só pulsão de vida. Uma travessia, com surpresas e paisagens belíssimas, chamada Bolívia, me separava do objetivo e do regresso, felizmente as fronteiras eram simbólicas e nada mais que isso. Nesse pouco tempo, nesse pedaço de chão da América do Sul vivi uma experiência singular, mítica, eterna. Conheci gente de todo mundo, me apaixonei, cresci e até me tornei adulto nesse rito de passagem tardio. Fiz poesia, fui poema. É com uma experiência que gostaria de começar, mas, diferente da meta, não saber onde chegar. Nesse BLOG quero compartilhar, mas também produzir no leitor o desejo de ir além de suas fronteiras habituais, do "habitus", pois isso muda tudo. É que descobri que sou um pouco xamã. Nos Andes me disseram que as pessoas que nascem com a bunda virada para a lua, tal como eu, são consideradas mediadoras do mundo super e supra-sensível, curandeiros, feiticeiros. Então, se essa dádiva me foi concedida, meu encanto está lançado. 

El Inca y el quintu - Artista desconhecido. Foto tirada no Ukukus Club Cusco.


Nenhum comentário:

Postar um comentário